domingo, 20 de dezembro de 2009

[#81] [poema de primeira] Amante de Segunda

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©

Campinas skyline at twilight time

 
PRETÉRITO, mais que perfeito, finito,

Parcas lembranças opacas, translúcidas,
Tempo verbal interrompido, acabado,
Por onde passa a luz, porém nada se vê.

Decidi deitar, eu, fora as velhas
Fórmulas, conceitos, filosofias,
Discurso empolado, palavras vazias,
Pensamentos fugazes, atraso de vida.

Opto receber, pois então, as novas
Sensações, deleites, picardias,
Desejo em chamas, sandices sadias,
Caminhos d‘aventura, doce sabor da brisa.

Isento de culpa, remorso ou pesares,
Abraço calorosamente a escolha feita,
Mesmo sendo um amante de segunda mão,
Espero verdadeira paixão, em primeira mão!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

[#80] [poema em claro] Calor

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Sempre Juntos! Cartaz no Eixo Norte-Sul, Campinas.
Sempre Juntos! Cartaz no Eixo Norte-Sul, Campinas.

GMT +3, Groenlândia?

Não!

Prefiro carlo, não, calor!

Carlo, não!

Carol, sim!

Calor com Carol?

Claro, Carol!

Por Carol, lacro meu coração!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

[#68] [en français] C'est temps de vivre

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Ponte Pênsil, São Vicente, Brasil
J'attends l'ouverture du pont, patiemment... Du calme, s'il vous plait!

ON se regarde, on se rencontre,
J'ai besoin de toi, tu t'en vas...
Des mémoires, des souvenirs,
Tu connais bien mes désires...

On commence à danser, on se retrouve,
Je ne suis qu'un gamin, quand tu ris...
Des morceaux, des chansons populaires,
Je voudrais bien savoir que tu penses...

Chaque parole, une nouvelle émotion, je t'écoute,
Ah! Je pourrais rester là, avec toi,
Jusqu'au but de la nuit, de ma vie...

Mais, on doit partir, le soleil arrive,
Sur les nuages e de l'espoir, je rêve de toi:
C'est temps de réveiller, c'est temps de vivre...


quinta-feira, 28 de maio de 2009

[#79] [poema arrebatado] Indecifrável e Divinal

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Mesa do Boteco Belmonte, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro
E nem precisa pedir, pois sempre vem mais um, mais um e mais um...

SUAS delicadas vestes, encanto celestial,
Conquista imediata, efeito mais que instantâneo,
Inquestionável beleza, impacto inicial,
Musa idealizada, meigo sorriso, expontâneo.

Seu olhar tão distante, em busca do inusitado,
muito além do comum, por vezes o indecifrável,
Observa, atenta, a todo e qualquer movimento,
Quiçá imcompreendida, sei quem é, inigualável.

Em devaneio a envolvo, abraços e carinhos, docemente,
Sou seu protetor, honrado cavaleiro andante,
Brisa noturna a afagar nuas espaldas, em riste,
Traz breve frescor litorâneo a tão bela e alva face.

Discreto, vejo através de suas lentes, intelectual,
Sou atento admirador, dedicado amigo ouvinte,
Noites desveladas a embalar ditosos sonhos, divinal,
Inspiram vigoroso alento a tão humilde e assaz aspirante.


terça-feira, 26 de maio de 2009

[#78] [Reflexão a bordo do 511, Urca - Leblon]

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Chopp no Boteco Belmonte, Jardim Botânico, Rio
Combinação infalível: choppinho bem tirado, empadinha de camarão, água mineral com gás e claro, uma ótima companhia!

SABER, dentre tantos, ser de um ,
Quando somente este alguém basta,
Obrigado,
Ou
Pensar ser de todo mundo,
Mas no fundo, ser de ninguém,
De nada?


segunda-feira, 18 de maio de 2009

[#76] [poema pluvial] Démodé? Jamais!

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Estádio Mário Filho, o Maracanã!!!
Jogo no Maraca, no meu Rio de Janeiro, do ano todo, sempre...

SEVERA noite chuvosa, em terras além da fronteira,
Avisam ventos cortantes, entretanto, que há de ser valoroso
Nobre esforço ao transpor tal caminho, dura estrada,
A fim de almejar, surpreendido, aquilo que já não buscava.

Calorosa acolhida recebo, em nobre casa deveras ilustre,
Celebram taças brilhantes, certamente, que há de ser único
Pronto encontro ao cruzar tais destinos, longa espera,
A fazer-me enxergar, encantado, aquela que já não aguardava.

Ensaio sensatez, meço cada movimento, aparento controle,
Imerso na vastidão imprecisa de meus pensamentos, pergunto:
Mas para que ocultar-me entre olhares, gestos e palavras,
Se afinal descobri, que ainda que soe «démodé»,«naïve»,

Mais importante é aceitar-se imperfeito, incompleto,
Reconhecer-me um sentimental, emotivo incurável, sanguíneo,
Permitir-me, conforme passam as horas de um longo dia,
Despertar, enfim, para a vida, renovado, feliz ao seu lado?


[#77] [poema metropolitano] Solitário

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Trânsito na Marginal Tietê, São Paulo
E enquanto isto, na Metrópole, o caos me aguarda...

HOJE sinto-me um tanto quanto estranho, descompassado,
A pele algo oleosa, a mente algo inquieta,
Noto os outros como sempre, sou observado como nunca,
Contas a pagar, a vida toda por resolver.

Não que me sinta extraordinário, tampouco vejo-me desprezível,
A barba por fazer, a impressão de estar deslocado,
Ao olhar meu reflexo, sou um mero expectador, fatigado,
Imposto retido na fonte, preocupações estampadas na fronte.

Tento, em vão, sorrir em meio à multidão emudecida,
Pudera ser arlequim, ao invés de reles «faz-me-rir»,
Mordaz, sufocado, à procura da dignidade perdida, roubada:
Transe coletivo, desencanto em larga escala, indiferença.

Busco, enfim, encontrar-me noutro alguém solitário,
Quisera ser espelho, em lugar de mera e fria sombra,
Fugaz, cansado, à espera da paixão idealizada, sonhada:
Sentimento edificante, regozijo em profusão, bem-querença.


quinta-feira, 7 de maio de 2009

[#75] [poema praiano] Meu Mar Paulista

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Estrada de Santos, Rodovia SP-150
Do alto da Serra, vejo o Mar Paulista, minha casa...

PEÇO sua licença e benção, ó Poeta do Mar,
Velho Mestre, homem de nobres ideias e lutas,
Que por tão querida terra por Brás Cubas fundada,
Proclama, inspirado, seu Amor infinito, eterno.

Frente ao mesmo Oceano, que tanto sonhou e viveu,
Sou tão pequeno, ao tentar grafar visões íntimas,
Particulares, de um coração cansado e perdido em
Ondas e na espuma, que delicadamente tocam-me os pés.

A cada navio que vejo chegar ao agigantado Porto,
Entendo que a saudade diminui a cada desembarque,
Transatlânticos partem, esperanças renovam-se,
Longa viagem os aguarda, hão de encontrar seu destino.

Morna e calma, em carícias, envolve-me a brisa praiana,
Traz consigo a paz que tanto esperava, sem talvez merecê-la,
E tal qual à Musa, outrora tão desejada, em meio a devaneios,
Dedico humilde canto, enamorado, distante, em silêncio.


sábado, 14 de março de 2009

[#74] [poema em LP]

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Entrada de Santos, Rodovia SP-150
E logo o sol nasce em meu escritório, a praia!

[LADO A]

PROCESSO criativo, discussão positiva,
Visões distintas, opiniões relevantes,
Mentes em exercício, experiências combinadas,
Inspirações diversas, resultados inquietantes.

Verdadeira parceria, em palavra e acepção,
Simbiose em plena prática, mútua compreensão,
Parte e contraparte em fecunda reciprocidade,
Relação «ganha-ganha», prova de cumplicidade!

[LADO B]

Despertador? As carícias dos primeiros raios de sol da manhã...
Ar condicionado? Uma janela aberta, beija-me a ventania no rosto!
Possibilidades? Todas, infinitas, ao alcance dos olhos, a um estalar de dedos.
Limite? O Céu, talvez, se existir, descubro quando estiver lá...

Caminhos: retas e curvas, declives e aclives, natureza e asfalto. Pé na tábua!
Energia: nutrição adequada, dieta balanceada, inusitadas combinações. Só delícias!
Matéria-prima: lembranças diversas, memórias revisitadas. Só escolhe quem conhece!
Forma e conteúdo: a incansável busca por equilíbrio e harmonia. Mais, sempre mais!

segunda-feira, 9 de março de 2009

[#73] [poema mutante] Meu Coração Wolverine

s4br 2008©
Night in Mexico City
Sons e luzes em meio a escuridão...

TENHO um coração 'Wolverine',
Protegido por 'Adamantium', duro e frio,
Que a cada golpe sofrido, a cada nova paixão,
Segue vivo a pulsar, renascido.

Fator de cura, genes modificados,
Envolto em ilusões, sou um ser solitário,
Mutações sentimentais, o encontro marcado,
De um super-herói sem glórias, outrora despedaçado.

Em densa floresta de sonhos, refugiado,
Grito por socorro, sufoco as lágrimas,
Busco acelerar a melhora, um remédio,
Poção mágica, pílula azul, o que seja!

E eis que ouço ao longe tua voz,
Recobro a consciência, recupero a visão,
E com toda atenção deste mundo, te pergunto:
Por quem cantas, será por mim, será por nós?


terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

[#72] [poema aéreo] Rios, Pontes & Subways

s4br 2009©
Finger no Aeroporto de Congonhas, São Paulo.
Pronto para decolar, de CGH a THE!!!

QUERIA, sim, era pular o Carnaval,
Até chegar o próximo feriado, Páscoa,
Padroeira, aniversário, passatempo:
Passa, tempo! Passa logo!

Precisava, mesmo, era saltar o tédio,
Desaparecer com esta monotonia,
Embarque, desembarque, passagem de ida e volta:
Volta sempre! Volta !

Uma ponte? Que seja, então, etérea, aérea!
Curto o tempo, supero a distância,
A converter milhas em poucos passos,
E a imensidão do céu em meu espaço!

Um rio? Que sejam, enfim, dois, ora pois!
Prorrogo a estadia, encurto o percurso,
A transformar palavras em alguns versos,
E o encontro das águas em teu santuário!


sábado, 21 de fevereiro de 2009

[#71] [um poema folião] Meu Carnaval é de Cinzas

s4br 2009©
THE by night...
Atravesso a avenida, mas não vejo a Apoteose...

TEMPO em que sinto-me algo estranho, deslocado,
Pois se vivo o ano todo, a vida toda a sorrir,
Por que haveria, bem agora, de fazer diferente,
Já que contrariar é a regra, quando regra não há?

Feriado em que pareço bem mais sério, calado,
Pois se passo os dias, a cada dia como sendo único,
Por que teria, justo hoje, de ser de outro jeito,
Já que o irreal é o real, quando realidade não há?

Reinado de Momo, Baco tropical sem bagos, nem uvas,
Cercado, de fato, por rainhas e princesas efêmeras,
Cujos pés e passos não param, frenéticos, há horas,
Cobertas de prata, banhadas em suor, desejos e aplausos .

Início do fim de longa hibernação, letargia coletiva,
Marca, na prática, o começo de um ano já não inteiro,
De cumprir-se as promessas esquecidas há dois meses,
Vestidas de branco, regadas a licor, brindes e borbulhas.

Meu Carnaval é de Cinzas, do grito à quarta-feira derradeira,
Meu Ano Novo atrasado, há várias semanas parado, incerto e preguiçoso,
Pois não me basta estar palhaço, rei ou otimista só por três dias,
Quero rir, reinar e viver todos os dias, ser eu mesmo e mais ninguém!


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

[#70]

s4br 2009©

Cajuína gelada! Melhor, impossível!

LONGA espera, apreensão, tamanha expectativa,
Após tantos planos, contratempos, várias tentativas,
Novos ventos sopram rumo norte, meu destino,
Preparado, é chegada a hora, eis o grande dia!

Finalmente, cá estou em escaldante terra firme!
Unidos por letras e músicas, tal qual o roteiro de um filme,
Guiado pelo amigo de longa data, por sua terra querida,
Ao encontro de rios, artes, musas, sabores infinitos!

Impressionado a cada passo, a cada praça, caminho, não desanimo,
Sabores que provo, a provar que tantos são seus encantos,
Néctar cristalino refresca-me, nutre-me, é pura energia!
Cercado de musas, inspiro-me, é tanta beleza vista, em êxtase, regozijo-me!

Entretanto, passa o tempo, por mais que parecesse sobrar,
Encontro-me deveras saudoso, igualmente esperançoso,
Respiro fundo, renovado, sem temer o que o futuro me reserva,
Pois levo comigo muito mais do que jamais pensara trazer.

No dia da partida, contrariado, ainda que não quisesse ir,
Sinto-me um tanto quanto melancólico, talvez nostálgico,
Reflexivo, compreendo o momento, vivo o fato, agradecido,
Certo de ser a primeira de muitas, muitas, jamais a última jornada!


domingo, 18 de janeiro de 2009

[baile poético] Shall we dance?

s4br 2007©

Ladrilhos: até onde me levam? Ao portão de embarque?

SALÃO nobre, respeitável agremiação,
Ilustres convidados, trajados com distinção,
Noite de gala, um momento mágico,
Clarão intenso, de brilho único.

Troca de olhares, ao longe, minha tentativa,
Tímidos sorrisos, tão perto, tua reação,
Em meio a tantos rostos, não mais te confundo,
Sabemos que somos par, só nos falta estar juntos.

A honra da contra-dança concedida (respiro fundo!),
Mão sobre mão, de leve envolvo-te a cintura,
Meus dois pés esquerdos, finalmente em acordo,
Endireitados por sublime encanto, flutuam, deslizam.

Neste baile secreto, particular e exclusivo,
Cuja própria trilha sonora segue seu ritmo,
Sob um disco eterno, infinito, em alto e bom som,
Sem limites, sem pudores, somos, finalmente, um do outro.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

[poema marítimo] O Velho Marujo

s4br 2008©

Homenagem do AC Milan a este que vos escreve...

Buenas!

Mais um ano que se inicia e o 'Blogue' de Milford Maia segue em plena atividade!

Eis o texto de abertura desta temporada, intitulado 'O Velho Marujo'. Espero que seja o primeiro de muitos e claro, do vosso agrado e satisfação.

Forte abraço!

SIM, de volta está o Velho Marujo,
Ainda que cansado, em frangalhos,
Na distância oceânica, jamais deixou de estar,
Sob agonia titânica, nunca deixou de ser quem é.

Por mais que parecesse triste, procurou sorrir,
Por mais solitário que estivesse, tentou seguir,
Ainda que não houvesse energia, relutou desistir,
Ainda que harmonia não encontrasse, buscou resistir.

A nau seguiu seu caminho, sua rota para casa,
Em mares incertos, sob furiosas tormentas,
Navega, veleja, sente a força do mar revolto,

Finalmente, em terra firme, ao encontro dos seus, torna-se
Adjetivo coletivo, domínio e solução de seus problemas,
Sujeito de sua própria oração, Capitão da nave de sua vida!