quinta-feira, 27 de maio de 2010

[#87] [poema via Telex] Doze horas e quatro tempos

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©

Toda hora é hora de contemplar o tempo frente ao meu saudoso mar...


DESTRUIÇÃO (Your 7th Heaven or my 1st Hell?):
Não posso seguir desta maneira, abro o jornal
E as más notícias do mundo fazem-me sofrer ainda mais...
One o'clock. Two o'clock. Three o'clock.

Desconstrução (Til broad daylight):
Velhos conceitos e novos vícios perdem força,
Reconheço a derrota e sigo em frente.
Four o'clock. Five o'clock. Six o'clock.

Reconstrução (I'm the band slowing down):
Confortavelmente sentado, sob lentes escuras
Aprendo a contemplar a passagem do tempo.
Seven o'clock. Eight o'clock. Nine o'clock.

Renovação (Living around the clock):
Bem mais calmo, beberico meu copo d'água mineral,
Abandono pressa e pressão, serei eu mesmo, o mesmo, diferente.
Ten o'clock. Eleven o'clock. Twelve o'clock.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

[#86] [poesia destilada] Doirado e Duradouro

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2010©
 
O que são 15 anos? Talvez, a justa medida da paciência adquirida.

HÁ dias em que se sinto-me genuinamente incrível.
Jamais eternos, mas que fossem um pouco menos efêmeros,
Em que tudo surge naturalmente, busca não mais necessária,
Encontros inusitados, sensação única e duradoura.

Há outros, em que se pudesse, deixaria de existir.
Claro, não é para sempre, mas só por um instante,
À procura de algo redentor, libertação verdadeira,
Nada de fuga, alívio imediato ou temporário.

Ouço uma canção conhecida, as mesmas notas musicais,
Entretanto, sob diferente arranjo, soa-me estranha,
Periodicamente sou assim, descompassado, noutro ritmo,
Sonoridade e timbres não usuais, mas sigo sendo o mesmo.

Mescla de nobres maltes, encanta-me aquele doirado,
Contemplo o lento derreter das gélidas rochas d'água,
Quisera sempre ser assim, sempre pronto a surpreender,
Sabiamente amadurecido, sob a sutil gentileza do tempo.

sexta-feira, 12 de março de 2010

[#85] [abend poético] Como serão as manhãs?

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2010©
Sua partida tem data marcada, a saudade é já o tempo todo...

MAS e agora, como serão as manhãs?
Em vão, procuro por tão brilhantes olhos,
Talvez encontre a mesma mesa, os cartazes,
Folhas de papel, um lápis, desapontado...

Sem dúvida, serão tardes menos alegres,
Buscarei, sem sucesso, seu charme discreto,
As lembranças de seu inesquecível sorriso,
A romper a timidez e de imediato, arrebatar-me...

Terei razões para olhar para o alto e não a ver?
Tentarei, sem a mesma convicção de sempre,
A fim de ser eu mesmo, melhor do que nunca,
Respirar, transpirar, inspirar quem me cerca...

A noite cairá e sem sua singela e esguia beleza,
Elegância vestida de seda do Extremo Oriente,
Quer seja em vermelho, turquesa ou anil,
Estarei só, a sonhar com sua volta, a sua espera...

sexta-feira, 5 de março de 2010

[#84] [en Español] Listo, Claro, Bien

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2010©
Desde mi balcón, veo la calle y sé que no estás allá...

LISTO,
Justo cuando llegué ya tenías alguien en tu vida...
Quizás no sea tu camino más sencillo,
Pero, aunque no sea lo más fácil,
Quiero tener la chance de intentar.

Y a mi, me pregunto, ¿que me quedará?

Claro,
Si hay algo de lógico en el Amor,
No vas a arriesgar lo que ya tienes,
Cambiar lo seguro, lo cómodo, por la duda,
Por el riesgo de una aventura.

Y a ti, te pregunto, ¿que te quedará?

Bien,
Tengo un enorme "NO" como respuesta "por defecto",
Mis penas, mis miedos, mi tristeza, mi pasado,
¿Que tengo que arrojar para que vengas conmigo?
Voy a buscar tu "", ¡porque un "tal vez" ya no me sirve!

Y otra vez pregunto, ¿que nos quedará?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

[#83] [filtro solar poético] Feitos Avô e Avó

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2010©
Fim do dia, à espera de seu sinal verde...

SOB o inclemente ardor dos raios solares,
UVA, UVB, a sigla que queiram conceder,
Impiedosa radiação a castigar-me a face,
Como poderei resistir a tamanha agressão?

As dores d'Alma passam ao corpo físico, enfermo,
O clamor das horas gastas em atividades inúteis.
Desespero-me, frente a convenções e protocolos,
Intransigentes, a não permitir mais saber quem sou.

Um sentimento contido, comprimido, sufocado,
Necessito urgentemente expressá-lo, externá-lo!
Temores e traumas do passado serão superados,
Tomo coragem para declarar-me, sim, é isto mesmo!

E lá no futuro, estaremos lado a lado, feitos avô e avó,
Um simples olhar e logo saberemos um do outro,
Mais além de paixões e desejos, seremos cúmplices,
A contemplar a passagem do tempo, sabiamente.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

[#82] [poema deficiente] Blind Dumb Deaf

CEGO por ti, vago por entre imagens distorcidas,
Lentes desfocadas e erros de paralaxe.
Em vão, acredito que, um dia, talvez,
A luz volte a meus olhos e possa voltar a ser quem sou.

Mudo por mim mesmo, calado e contido, facilmente
Esqueço as palavras, quando a teu lado tento estar.
Sem sucesso, busco ecoar meu outrora estridente
E agora reprimido canto aos quatro cantos da Terra.

Surdo pelo sonho de sermos, um dia, braços e abraços,
Solenemente ignoro as mais variadas tentativas de conselho,
Quiçá não haja cura de tais delírios e da insistente esperança,
Sou réu confesso, sem falta cometer, pelo visto, falado e ouvido.