quinta-feira, 28 de maio de 2009

[#79] [poema arrebatado] Indecifrável e Divinal

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Mesa do Boteco Belmonte, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro
E nem precisa pedir, pois sempre vem mais um, mais um e mais um...

SUAS delicadas vestes, encanto celestial,
Conquista imediata, efeito mais que instantâneo,
Inquestionável beleza, impacto inicial,
Musa idealizada, meigo sorriso, expontâneo.

Seu olhar tão distante, em busca do inusitado,
muito além do comum, por vezes o indecifrável,
Observa, atenta, a todo e qualquer movimento,
Quiçá imcompreendida, sei quem é, inigualável.

Em devaneio a envolvo, abraços e carinhos, docemente,
Sou seu protetor, honrado cavaleiro andante,
Brisa noturna a afagar nuas espaldas, em riste,
Traz breve frescor litorâneo a tão bela e alva face.

Discreto, vejo através de suas lentes, intelectual,
Sou atento admirador, dedicado amigo ouvinte,
Noites desveladas a embalar ditosos sonhos, divinal,
Inspiram vigoroso alento a tão humilde e assaz aspirante.


terça-feira, 26 de maio de 2009

[#78] [Reflexão a bordo do 511, Urca - Leblon]

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Chopp no Boteco Belmonte, Jardim Botânico, Rio
Combinação infalível: choppinho bem tirado, empadinha de camarão, água mineral com gás e claro, uma ótima companhia!

SABER, dentre tantos, ser de um ,
Quando somente este alguém basta,
Obrigado,
Ou
Pensar ser de todo mundo,
Mas no fundo, ser de ninguém,
De nada?


segunda-feira, 18 de maio de 2009

[#76] [poema pluvial] Démodé? Jamais!

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Estádio Mário Filho, o Maracanã!!!
Jogo no Maraca, no meu Rio de Janeiro, do ano todo, sempre...

SEVERA noite chuvosa, em terras além da fronteira,
Avisam ventos cortantes, entretanto, que há de ser valoroso
Nobre esforço ao transpor tal caminho, dura estrada,
A fim de almejar, surpreendido, aquilo que já não buscava.

Calorosa acolhida recebo, em nobre casa deveras ilustre,
Celebram taças brilhantes, certamente, que há de ser único
Pronto encontro ao cruzar tais destinos, longa espera,
A fazer-me enxergar, encantado, aquela que já não aguardava.

Ensaio sensatez, meço cada movimento, aparento controle,
Imerso na vastidão imprecisa de meus pensamentos, pergunto:
Mas para que ocultar-me entre olhares, gestos e palavras,
Se afinal descobri, que ainda que soe «démodé»,«naïve»,

Mais importante é aceitar-se imperfeito, incompleto,
Reconhecer-me um sentimental, emotivo incurável, sanguíneo,
Permitir-me, conforme passam as horas de um longo dia,
Despertar, enfim, para a vida, renovado, feliz ao seu lado?


[#77] [poema metropolitano] Solitário

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Trânsito na Marginal Tietê, São Paulo
E enquanto isto, na Metrópole, o caos me aguarda...

HOJE sinto-me um tanto quanto estranho, descompassado,
A pele algo oleosa, a mente algo inquieta,
Noto os outros como sempre, sou observado como nunca,
Contas a pagar, a vida toda por resolver.

Não que me sinta extraordinário, tampouco vejo-me desprezível,
A barba por fazer, a impressão de estar deslocado,
Ao olhar meu reflexo, sou um mero expectador, fatigado,
Imposto retido na fonte, preocupações estampadas na fronte.

Tento, em vão, sorrir em meio à multidão emudecida,
Pudera ser arlequim, ao invés de reles «faz-me-rir»,
Mordaz, sufocado, à procura da dignidade perdida, roubada:
Transe coletivo, desencanto em larga escala, indiferença.

Busco, enfim, encontrar-me noutro alguém solitário,
Quisera ser espelho, em lugar de mera e fria sombra,
Fugaz, cansado, à espera da paixão idealizada, sonhada:
Sentimento edificante, regozijo em profusão, bem-querença.


quinta-feira, 7 de maio de 2009

[#75] [poema praiano] Meu Mar Paulista

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Estrada de Santos, Rodovia SP-150
Do alto da Serra, vejo o Mar Paulista, minha casa...

PEÇO sua licença e benção, ó Poeta do Mar,
Velho Mestre, homem de nobres ideias e lutas,
Que por tão querida terra por Brás Cubas fundada,
Proclama, inspirado, seu Amor infinito, eterno.

Frente ao mesmo Oceano, que tanto sonhou e viveu,
Sou tão pequeno, ao tentar grafar visões íntimas,
Particulares, de um coração cansado e perdido em
Ondas e na espuma, que delicadamente tocam-me os pés.

A cada navio que vejo chegar ao agigantado Porto,
Entendo que a saudade diminui a cada desembarque,
Transatlânticos partem, esperanças renovam-se,
Longa viagem os aguarda, hão de encontrar seu destino.

Morna e calma, em carícias, envolve-me a brisa praiana,
Traz consigo a paz que tanto esperava, sem talvez merecê-la,
E tal qual à Musa, outrora tão desejada, em meio a devaneios,
Dedico humilde canto, enamorado, distante, em silêncio.