E enquanto isto, na Metrópole, o caos me aguarda...
HOJE sinto-me um tanto quanto estranho, descompassado,
A pele algo oleosa, a mente algo inquieta,
Noto os outros como sempre, sou observado como nunca,
Contas a pagar, a vida toda por resolver.
Não que me sinta extraordinário, tampouco vejo-me desprezível,
A barba por fazer, a impressão de estar deslocado,
Ao olhar meu reflexo, sou um mero expectador, fatigado,
Imposto retido na fonte, preocupações estampadas na fronte.
Tento, em vão, sorrir em meio à multidão emudecida,
Pudera ser arlequim, ao invés de reles «faz-me-rir»,
Mordaz, sufocado, à procura da dignidade perdida, roubada:
Transe coletivo, desencanto em larga escala, indiferença.
Busco, enfim, encontrar-me noutro alguém solitário,
Quisera ser espelho, em lugar de mera e fria sombra,
Fugaz, cansado, à espera da paixão idealizada, sonhada:
Sentimento edificante, regozijo em profusão, bem-querença.
Transe coletivo, desencanto em larga escala, indiferença.
Busco, enfim, encontrar-me noutro alguém solitário,
Quisera ser espelho, em lugar de mera e fria sombra,
Fugaz, cansado, à espera da paixão idealizada, sonhada:
Sentimento edificante, regozijo em profusão, bem-querença.
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