sábado, 3 de fevereiro de 2007

[musa perdida] Simples e elegante

s4br 2006©

Hauptwache, Frankfurt, GER

SIMPLES e elegante, vestida nobremente,
Mãos e pés igualmente delicados,
O olhar, perdido em pensamentos (aparentemente vagos),
Uma leve melancolia no ar...

(interpreto) Um silêncio discreto,
Sensação de prisão dentro de si mesma,
A necessidade de expressar-se
E não saber como ou para quem fazê-lo.

Sei que posso mudar a história (minha, sua, nossa?),
Mas como romper o "gelo" (dúvidas, dúvidas...)?
Como quebrar o protocolo (a sociedade, sempre ela!),
Apresentar quem sou (o que penso, o que posso)?

Encorajo-me, respiro fundo (agora é a hora!),
Ouço um violão, uma voz melodiosa,
Composição inspirada e inspiradora (sim, sim!),
Trilha sonora de um filme mudo, em branco e preto.

Envolto em súbita coragem (querer é poder!),
Deixo-me levar, mas já é tarde (outra vez, não!).
Na sinfonia urbana, no caos sonoro, sua imagem se esvai,
Entre fumaça, fuligem, buzinas e uma leve brisa de verão...

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

[poema em trânsito] Ou é Fiesta ou é táxi...

s4br 2007©

Miraram bem na olhoca direita! Que obra!

OU é Fiesta, ou é táxi:
Nada de ficar parado no trânsito.

Ou é guarda-chuva, ou é ônibus:
Nada de se preocupar com caronas.

Ou é fila, ou é avião:
Nada de desespero no saguão.

Ou é sim, ou é não:
Nada de algo em lugar algum.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

[poema rubricado] Burocracia

s4br 2006©

Quantos papéis ainda preciso assinar para ter um Jaguar?

ASSINO papéis, papéis e mais papéis!
Tudo é urgente, tudo é p'ra ontem!
Carimbos, cancelas, rubricas, selos:
O referido é verdade e dou fé.

Mas em que? Em quem? Alguém me diga!
Olho pela janela e não vejo fé,
Não vejo ninguém, não vejo nada
A não ser tinta, papel e fadiga...