segunda-feira, 18 de maio de 2009

[#76] [poema pluvial] Démodé? Jamais!

CrOMOsSOMOScriATIVOS 2009©
Estádio Mário Filho, o Maracanã!!!
Jogo no Maraca, no meu Rio de Janeiro, do ano todo, sempre...

SEVERA noite chuvosa, em terras além da fronteira,
Avisam ventos cortantes, entretanto, que há de ser valoroso
Nobre esforço ao transpor tal caminho, dura estrada,
A fim de almejar, surpreendido, aquilo que já não buscava.

Calorosa acolhida recebo, em nobre casa deveras ilustre,
Celebram taças brilhantes, certamente, que há de ser único
Pronto encontro ao cruzar tais destinos, longa espera,
A fazer-me enxergar, encantado, aquela que já não aguardava.

Ensaio sensatez, meço cada movimento, aparento controle,
Imerso na vastidão imprecisa de meus pensamentos, pergunto:
Mas para que ocultar-me entre olhares, gestos e palavras,
Se afinal descobri, que ainda que soe «démodé»,«naïve»,

Mais importante é aceitar-se imperfeito, incompleto,
Reconhecer-me um sentimental, emotivo incurável, sanguíneo,
Permitir-me, conforme passam as horas de um longo dia,
Despertar, enfim, para a vida, renovado, feliz ao seu lado?


Um comentário:

Raphael R Barbosa disse...

Ser "um amante à moda antiga, do tipo que ainda manda flores" não é imperfeição ou incompleição. É ser completo, ter além de ossos e músculos, coração.

Os encontros inesperados são os melhores. São os que deveríamos esperar a vida toda. Esperamos o tempo de uma vida por um encontro que justifique pelo menos um dia de nossa existência. Que justifique todos os poemas lidos ou escritos, todas as músicas de amor que ouvimos e todos os filmes que assistimos nas sessões da tarde.

E pra que se segurar quando o "esperado inesperado" encontro acontece? Pra sentir só metade da emoção? Só parte do frio na barriga? Entregue-se. Porque a vida só vale a pena quando vivida por completo. Não controlamos quantos dias temos na vida, mas podemos determinar quanta vida teremos nos dias.

Desperte pra vida renovado, feliz ao lado da inesperada tão longamente aguardada.