terça-feira, 12 de dezembro de 2006

[indignação poética] De dentro de um ônibus, eu vejo...

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E que horas são?

COMBUSTÍVEIS fósseis, queima incompleta,
Cigarros acesos, fumaça ao alto, inconsequentes,
Ricos, pobres, burgueses e mendigos,
Terra de ninguém, mundo cão. E quem se importa?

Mentes indóceis, vida desperdiçada,
Armas apontadas, mãos ao alto, impiedosas,
Nobres, plebeus, senhores e vassalos,
Terra abandonada, mundo frio. E a quem interessa?

Meros recursos, sem distinção de credo e origem,
Presos à terra, vínculo compulsório, perpétuo,
Vivemos a nova idade média, feudalismo moderno,
Sob trevas de concreto e aço, asfalto e fuligem,

Chuva ácida, corrosiva, destrói mentes e pensamentos,
Brutalizados, perdemos a noção de espaço e tempo,
Entregues à fúria, à bioquímica e a atos reflexos,
Meros seres existentes, irracionais, não mais viventes.

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