sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

[espera poética] A véspera

s4br 2006©

Staroměstské náměstí, Praga, CZE

A espera, o ainda não, o antes,
Consumido pela expectativa, desconcentro-me.
Insônia, inquietude, tensão,
Fazem de mim seu refém, sua vítima.

A véspera, o que ainda está por vir,
Corroído pela incerteza, contraio-me.
Solidão, melancolia, apreensão,
Fazem de mim prisioneiro, cativo.

As horas transcorrem de forma irregular,
Clepsidras e ampulhetas traem-me os sentidos,
O que vejo, o que ouço, eis que se transforma,
Espaço e tempo confundem-se, rompo tal barreira.

Fatos desapercebidos, frases ignóbeis, atos falhos,
Passado e futuro agora desvelam-se, vívidos
Cristalinos, brilhantes, não há mais o que temer:
Lúcido, recebo o presente, de braços abertos!

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