domingo, 9 de julho de 2006

[A Musa e o Relógio] O Trem, o Verde, o Sonho

s4br 2006©

Plzeń Hlavní Nádrazí, Plzeń, CZE

Musa, do grego Moûsa, é o termo que sabiamente define, segundo o dicionário português on-line Priberam, http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx:

Substantivo Feminino:
- Cada uma das nove deusas que, de acordo com a mitologia romana, presidiam às artes liberais;
- Divindade que se supunha ser inspiradora da poesia; por extensão, tudo aquilo que inspira um poeta;
- Poesia;
- Inspiração;
- Estro (imaginação criadora; entusiasmo artístico; veia poética;).

Posso até estar errado, mas creio ter me encontrado com uma destas tais divindades e grato estou pela benção recebida. Coincidência ou não, ao olhar ao relógio da estação, este marcava "11:11h". Quem já presenciou tal fato, sabe bem do que se trata.

E eis que furto-me novamente a rabiscar alguns versos, a lembrar-me do apito do trem, da verdade daqueles olhos e da sensação única de ser e estar ali.

Forte abraço!


s4br 2006©


O trem, o verde, o sonho.

UM novo trem parte da velha estação
Rumo a oeste, a apostar corrida com o Sol,
A rasgar a predominância hostil do campo,
E a seguir sua sina de partidas, despedidas e apitos.

Já que outras terras estão por conquistar,
Vislumbro janela afora, a sonhar com o futuro,
Vivo os devaneios de um menino, o doce, o presente
Prometido, a merecida recompensa, enfim, chegara.

Meus bons modos, ao simular tranquilidade
De homem decidido, conhecedor do tema,
De nada servem para ocultar meus desejos,
Tampouco a escura lente sobre meu rosto o faria.

Pois os olhos não mentem, espelho d'alma,
As pupilas bem abertas, não há pestanejos.
Frente a frente, mesmo sem saber sequer os nomes,
Somos um do outro, disto sim sabemos em silêncio.

Transpiração, inspiração, respiração... Haja coragem!
Quantos pensamentos, intensões... Abaixo aos protocolos!
Tão logo os seus tornam-se meus e, ai de mim, os meus,
Perdem-se em sua verde imensidão, tornando-nos unos.

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