terça-feira, 8 de julho de 2008

[congelamento poético] Resfriamento Global (ou ainda Groenlândia Particular)

s4br 2008©

Eis uma boa razão para congelar-se. Mas nem isso mais é permitido...

NA alva imensidão, perdido, não sou mais que um
Solitário, sempre distante, em meu refúgio,
Em alta latitude, exposto, falta-me atitude,
Sinto frio, a noite cai e com ela, meu ânimo...

Acerto o despertador para a manhã seguinte,
Surpreso, percebo que estou seis meses mais velho,
Porém, não mais experiente ou sábio, não!
Pelo contrário, sinto-me mais cansado, esgotado.

Tardia primavera, insiste em ser inverno,
fora, o sol, a neve não consegue derreter,
Apressado verão, logo transforma-se em outono,
Aqui dentro, o dia dura outros seis meses...

Frente à vastidão polar, reajo, ponho-me a pensar:
Quebrarei o gelo, direi ‘bom dia’, antes que seja tarde demais,
Depois de anos isolado, reflito, passo a afirmar:
Abrirei a porta, direi ‘adeus’, antes que seja noite outra vez.

2 comentários:

Anônimo disse...

Voltou o frio?

Sempre que penso em você com frio...

Se teu calor me aquecesse, talvez eu te aquecesse, talvez...

Chá com bolachas ou beijos e braços? Ambos me aquecem... mas eu ainda não sei o que te queima.

Milford Maia disse...

Mas é sempre frio, onde vivo, por onde ando...

Porém, há suficiente calor aqui dentro do iglu, ainda que não queime. E há sempre lugar para uma visita...

Velkommen til Grønland!