terça-feira, 12 de junho de 2007

[poema imperativo] Esgota-me.

s4br 2007©

Bairro do Morumbi, São Paulo (com pouca luz, mas vale a abstração...).

ESGOTA-ME, a energia vital esvai-se,
Exauri-me, a força mental desaparece,
Enfraqueça-me, o ânimo diário evapora-se,
Explora-me, o físico corpóreo desfalece.

Enjaulada, resigna-se a fera, mas não se dociliza,
Sob grades e cercas, trata as feridas, cura doenças,
Abatido, recupera-se o gigante, mas não se rende,
Sobre duro e frio leito, revê os fatos, repõe forças.

Pouco a pouco, cede o pesado fardo da culpa,
O exílio, outrora interminável, é assim, superado,
Passo a passo, finda o longo caminho da busca,
O labirinto, até então intransponível, é enfim, vencido.

Alivia-me, o prazer perdido reaparece,
Abraça-me, tua necessária proteção apresenta-se,
Aqueça-me, o cobertor protege a quem merece,
Ama-me, tua natural vocação, revela-se.

2 comentários:

Anônimo disse...

Essa sua poesia lembra muito uma que eu escrevi. Vou te mandar depois...

Milford Maia disse...

Sim, compartilham algo de sombrio, oculto...