quinta-feira, 16 de novembro de 2006

[crônica poética] Gente com medo de gente

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São Paulo by night...

SOZINHO, ando pela metrópole,
Sou grão de poeira em meio à fuligem,
Engrenagem suja e empenada
Da fria máquina de fabricar máquinas.

Anonimato: benção ou maldição?
Não sei quem está por trás da outra porta,
E tampouco sabem se estou vivo ou morto.
Mas será que eu mesmo sei quem sou?

Silêncio de elevador, não há escadas,
Por instantes, o público torna-se íntimo,
Espirrar, tossir, pigarrear? Nem pensar!
Dentro desta caixa, somos todos 'milordes'!

Olhares desviam-se, as cabeças baixas,
Fingem procurar algo nos bolsos, disfarçam.
Tento descobrir quem está ao lado. Em vão.
Pois isto é gente com medo de gente...

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