quinta-feira, 13 de março de 2008

[exílio poético] Eu não sou eu mesmo quando estou aqui

s4br 2008©

Ausente, não me encontro. Entretanto, a quem esperas?

EU não sou eu mesmo quando estou aqui,
Adquiro uma personalidade distinta,
Pois quem me conheceu, talvez não saiba,
Que não sou este que costumo ser.

Muitos pensam que me agrada estar ,
Imaginam-me um castelo distante, bem alto,
Cujo silêncio interrompido pelo vento frio,
Faz lembrar de que fora voluntário o exílio.

Busco nas lembranças de um passado, quiçá
Não tão longínquo assim, alguém que já não sou,
Ou na distância imposta por escolhas feitas,
A conseqüência do que agora vivo e (re)colho.

Eu serei eu mesmo quando estiver,
Buscarei minhas raízes esquecidas,
Pois quem me conhecer, de certo saberá,
Que serei aquele que jamais deixei de ser.

8 comentários:

Anônimo disse...

Quem somos nós, amigo Milford? Vivendo em duas cidades, não sou completamente eu nem aqui nem lá. Talvez tenha sido eu mesmo em outra cidade, em um mundo que não pode ser meu.

Eu me desconheço e me re-conheço. Sou eu aqui e lá, mas jamais completamente eu. Nunca o oposto de mim mesmo, mas sem jamais ser em plenitude. Há o eu-aqui e o eu-lá que são partes de mim. Que saudades do eu-todo!!!

E, no final das contas, na vivência e alternância do eu-aqui e do eu-lá, termino por modificar o próprio eu-todo que eu era.

Já não há um eu-todo, eu-inteiro, mas vários eus-parciais e eu sou meramente cacos holográficos do que eu era ou do que eu poderia ser.

Anônimo disse...

Viajei na filosofia?

Vai ver era o eu-viagem!

Keep walking...

Milford Maia disse...

Bom amigo Andarilho, que de cidade em cidade vai deixando suas pegadas, sua marca.

Não havia me dado conta destes vários eus-parciais, dos cacos.

E faço coro sua evocação: Que saudades do eu-todo!!!

Forte abraço!

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Trebor Basques disse...

Como um grande amigo nosso diz, somos personagens, em cada lugar u canto representamos. Mas precisamos ter controle de quem escreve a nossa história, esse roteiro.

Existe momentos e principalmente quando estamos em companhia dos Grndes Camaradas, podemos ser nós mesmos ou até um pouco mais de nós...

Um efusivo Abraço