terça-feira, 30 de janeiro de 2007

[cárcere poético] Prisioneiro

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Passos, para onde me levam?

HAVIA portas, mas não há saída,
Sentia frio, ar seco, tremores,
Havia janelas, mas não há vista,
Sentia medo, ar soturno, temores.

De triste e obscura cela, um calabouço,
Em devaneios mal interpretados, vem a apatia.
Desolado, rasga-me a face o vento, nada ouço,
Em delírios mal compreendidos, vem a agonia.

Meu martírio necessário, culpa ou temeridade?
Passam-se horas, dias, semanas em vão,
Meu castigo voluntário, fuga ou necessidade?
Perdem-se sonhos, vontades, amores de então.

Inerte, em inabalável sono, respiro, transpiro:
Tal como se fosse este exílio (meu desejo) verdadeiro.
Imerso, em confortável transe, suspiro, reflito:
Talvez seja este, sim, meu destino, prisioneiro...

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